sábado, abril 26, 2008

Beijo azul

Eu não sei! Não sei e pronto...
O meu mundo gira, e eu penso e repenso! Porquê?!

Deito-me, fecho os olhos, mãos sobre a barriga, pernas esticadas, cabeça de lado!
Imagino-me na praia...
Vozes, muitas vozes, conversas paralelas, o som dos pés na areia com o romper de cada onda,... É mágico! De olhos fechados, a imensa luz do sol parece penetrar na pele e vejo variadas luzes, sobretudo amarelas e azuis. Um ponto vermelho, vejo um ponto vermelho lá longe...Parece diminuir de tamanho cada vez que tento focá-lo. Sinto-me zonza, rodo a cabeça para o outro lado e abro os olhos. Imagino-te a passear à beira mar com umas bermudas, sapatos na mão, uma pequena mochila nas costas, um olhar distante e pensativo e a água, essa toca-te, invade todo o teu andar, a tua pele o teu caminho!
Eu sei que aquele som te acalma.
Sentas-te na areia, e com calma tiras os teus óculos de sol da cara e colocas sobre a cabeça ajeitando suavemente o cabelo. Lindos cabelos castanhos. Sorris para aquele horizonte, para aquele universo que ali é teu... Vejo-te rodar a cabeça como se estivesses a relaxar o corpo para ficares exactamente ali.
As tuas mãos percorrem toda a pele do teu rosto, do teu pescoço até à areia seguidamente do peito. As pequenas partículas ásperas e húmidas envolvem-te os dedos e apenas as costas da mão não ficam submersas. O vento esvoaça o teu cabelo e o teu olhar fica cada vez mais fundo.
Quero ir ter contigo, colocar a minha mão sobre o teu ombro e esperar pelo teu olhar de permissão. Vou, e Recebo-o.
Sento-me a teu lado, e coloco a minha mão na tua, e a areia enterra-nos.
Com o meu pé, escrevo o teu nome na areia, e tu sorris. Aquele sorriso doce...
Dizes-me que tenho olhos bonitos, deixando-me envergonhada.
Começo por dizer-te que não sei, que penso não saber. Tento olhar-te nos olhos e dizer tudo o que sinto, tudo o que à muito tenho vontade de te dizer de uma forma diferente e bonita.
Não consigo, sinto o estômago embrulhado, o corpo a tremer, uma vontade enorme de chorar e de me confortar em ti e ali ficar, agarrada a ti.
Antecipas-te, e perguntas-me: -O que não sabes tu?... O que me queres dizer?
Eu via ali a hipótese de começar do início como se fosse o primeiro de muitos dias da minha vida.
Tens o dom de me deixar sem voz, sem saber o que dizer, com o coração "a mil".
Olho para aquele imenso mar, respiro fundo, e penso em todas as palavras que conheço e desconheço para me poder expressar…
Tenho medo, medo de cair, medo de me arrepender depois…
As palavras não são fáceis, e tu, tu és o complicado do mais fácil.
Percorro com o meu olhar cada traço teu. Cada vez mais a tua beleza se confunde com todo este universo que nos abraça.
Passo a minha mão nos teus cabelos, e conforto a minha cabeça no teu ombro. Sinto-te tão longe, que só penso: -Não, não penses nisso, vem para perto de mim. Vem.
Sinto a tua cabeça a encaixar-se na minha, e o meu coração demasiado apertado a bater cada vez mais forte, mas a minha preocupação é fazer com que não te apercebas disso.
Interrompes o momento para falar de ti, contas-me o teu dia, falas-me do que sentes, do que queres, do que podes e não podes, mas sobre tudo do que não queres. Eu ouço-te. Confesso que por vezes falas e eu estou tão concentrada em ti, na tua voz e nas tuas expressões que acabo por não ouvir nada do que tu dizes, mas continuo a nossa conversa como se estivesse a par de tudo.
Dou conta que a praia está quase vazia, as vozes estão caladas e a ondulação cada vez mais forte.
Percebo que aquele seria o momento ideal para te dizer e mostrar o quanto eu gosto de ti.
Começo por desenterrar as nossas mãos.
Ouço-te falar enquanto tiro aqueles pequenos grãos de areia das nossas mãos. Sinto-te mais presente, e a tua voz começa-se a afundar cada vez mais. O teu olhar entra no meu…
O medo espalha-se pelos poros da minha pele, como se uma lata de tinta caísse em cima de mim. A alma treme.
Fecho os olhos, inspiro toda a atmosfera que cabe nos pulmões e enquanto a largo moderadamente, aperto a tua mão contra o meu ventre;
-Eu gosto tanto de ti… O mundo cai e só tu permaneces em pé. Voas com o vento, possuis a tua própria música. És senhora de todas as palavras e sensações. És o azul do infinito, o mar das minhas ilusões. És o vento frio que me arrepia a pele, a água quente do meu banho, o sorriso das minhas noites e a tristeza da minha solidão ao acordar.
(…)
Um beijo... para ti meu amor, um beijo azul!

2 comentários:

Faissen Lordeiro disse...

ta bue da lindo...
xD
muito profundo lol
beijaum

Pausa disse...

Muito bonito ... =)
Um beijinho *