quarta-feira, abril 09, 2008

"Other Side"

"Enquanto uma maria escreve, a outra dorme."

Pétalas são folhas que no chão deixam um caminho marcado.
O som, água a bater com água, vento nos ramos quentes de vivos, cabelos de palha.
Pedra após pedra entre passos vindo de lá, o bater das asas com sorrisos tapados.
Verde, sobretudo verde, o castanho propaga-se pelos corredores, e o amarelo estende-se em luz.
Cheiros de tudo e de nada, coisas que só vejo uma vez. Em espiral e o homem que não se vai embora.
Sobrevive e não se divide.
Era como cabelo e diz-me que parecia chuva.
Grade após grade e um risco na mão.
“ (…) Other Side.”
O bater dos pés num compasso quase maternal. São como raízes os pensamentos, densos e incrivelmente frios…
Olhares espelhados e fundos, de cor a nada.
Basta um pequeno deslize.
De corpo fino e pontas largas, segura-se ao vento, passos alados, e não destrói. Vence todos os obstáculos. Em frente.
Caminhos sujos e imperfeições perfeitas.
Em todas as direcções.
E em todas as direcções, feito e desfeito, atrás e á frente. E fogem.
Lá dentro o medo propaga-se pelos corredores, é pesado, firme, complexo, frio, escuro, molhado e o vento vai em todas as direcções.
Espaços vazios semelhantes, extensos e frontais.
Buracos, onde a vida nasce.
“O susto delas transmite-se encostando-se em mim”.
Pessoas vão pessoas ficam, pé ante pé, passos firmes e apressados, vozes altas, pé sobre pé.
Sente-se bem.
Anos 60.The Doors. Other Side. Jardim da Estrela. Como cabelo e diz-me que parecia chuva. Uma frase. Árvore. As margens que o oprimem. Obstáculos impostos por nós. Amigos. Álcool. Danças; tradicionais, tango… sensual.
(Vamos sentar-nos aqui.).
E são raízes, faço e desfaço sim são raízes, parecem memórias. E ele não se vai embora.” Mas sabes que ele é mais livre que nós.”
“Other Side! Other Side…”
Não gosto deste lugar. Tenho vontade de lá entrar.
Foram mortos, e foram mortos!
Então vai! Entra… A árvore mais bonita. E as vozes altas e firmes…
Pé sobre pé. O compasso do tempo em vento com pés em chão.
E eles não têm medo. Vêm até mim. O outro lado da folha, do olhar, das asas, o passo… aquele andar…
“Verde predomina, castanho rasteja e o amarelo como luz, ai a água que ali bate.
E ele, a dança com o olhar e assim mais livre que nós. Vento em todos os sentidos e elas não têm medo.
Reparei naquela. Água que não faz barulho mas que o som é real.
E o coração em forma de cabelo, chuva talvez mas não…é raiz.
A Rosa-dos-ventos de lado em frente á igreja e a multidão não pisa.
Pessoas vão, pessoas ficam, pé ante pé.
Está calor lá dentro mas sinto frio. E foram mortos…
(…) É bom estar aqui! Onde estás? Amarelo brilhante.
Tem a ver comigo! Cheiro em pequenos passos e o telhado é Amarelo e vermelho. ”Vamos entrar aqui!”
Ela voa e eu digo que não. Os outros…
É rotina e vai ser assim.
Foi bom estar aqui, caminho de liberdade; um jardim ali e eu parecia entrar nos azulejos.

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